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quarta-feira, 2 de julho de 2008

Como Mixar uma Musica Parte 1

Como Mixar Uma Música

Parte I

Escrevo este artigo, traduzindo e adaptando de um artigo homônimo do inglês, onde testei todos os aspectos e encontrei excelentes dicas para quem está começando e quer fazer tudo certinho desde o começo.

Introdução:

Percebo que há muita gente entusiasmada com o mundo da gravação digital, e acaba comprando muitos “brinquedos” caros e de qualidade, mas contudo não possuem as informações relevantes a respeito de como usá-los corretamente. Existe muita informação, mas ao mesmo tempo muitas opiniões contraditórias.

É realmente um horizonte bem vasto. De um lado, você tem os experimentalistas lunáticos que dizem que finalmente encontraram o santo Graal: “Eu pluguei minha Stratocaster no radio da minha vó e agora eu descobri que essa é a ÚNICA maneira de conseguir um autêntico som valvulado!”.

E de outro lado temos os puristas: “Eu nunca uso equalizadores, nunca, nunca, nunca. Eu microfonava minha guitarra, mas também parei com isso. Possuo uma interface cerebral S/P-DIF onde conecto cirurgicamente a guitarra no meu cérebro e simplesmente mentalizo meus solos, e tudo isso vai para o PC, totalmente digital. O som fica com uma ambiência natural surpreendente devido ao espaço entre minhas orelhas”.

Claro que tudo isso é não passa de piada!! Mas pode ser muito problemático para alguém que quer simplesmente saber os princípios básicos, aqueles que são usados em 99% das gravações atualmente, e que não mudarão muito ainda nestes anos por vir. Existem outras confusões também com relação a mitos de grandes nomes da mixagem e masterização mundial.

Roger Nichols é um dos profissionais mais respeitados do ramo e muitas vezes já apareceram pessoas dizendo que ele nunca usa equalizadores (EQ). Porém ao examinar com detalhes os equipamento que ele utiliza, você vê uma quantidade absurda de EQ, compressores, isto é, ele realmente utiliza tais equipamentos bem frequentemente e em demasia inclusive. Mas como a maioria de todos os bons engenheiros de som, ele diz que sempre quando é possível tenta começar gravando sem o auxílio dos mesmos, e usa a prática boa da gravação preferivelmente.

Mas se você estiver aprendendo, não fique longe de um REVERB, EQ ou compressor na opinião (errada) de que estas ferramentas são de natureza “deformadoras de som”.

Certamente não são (senão porque os estúdios gastariam milhares dos dólares equipando suas salas com cada processador inimaginável, só para situações especiais). Estas são as FERRAMENTAS ESSENCIAIS - que você será forçado a usar em algum ponto. Claro que você pode estragar tudo se usá-las de forma inapropriada, mas se você ficar muito assustado em usar, então você nunca aprenderá como as usar corretamente quando for necessário.

Isso é o porquê dos estúdios de gravação empregarem jovens entusiastas para treinarem como engenheiros de som. As pessoas mais novas não têm opiniões formadas e vícios de trabalho, e menos ainda, preocupação de se passarem por idiotas usando e abusando dessas ferramentas. Isso é um pouco perigoso, mas uma das razões porque (por exemplo) as crianças são boas em aprender sistemas complexos como os computadores são porque não são bloqueadas por um histórico de erros.

O medo de errar impede a aprendizagem, e você tem que aceitar o fato que você fará muitos, muitos erros no caminho de ser um bom engenheiro de som, e de quebra aprender quem sabe aprenderá muito no processo. Eu ficaria muito preocupado se encontrasse alguém que me falasse que nunca cometeu nenhum erro, todo mundo erra!

A maioria dos profissionais tem histórias de horror sobre suas grandes pisadas na bola. Uma ótima é sobre o mesmo Roger Nichols, que admite ter feito com que um cantor pagasse duas vezes por uma sessão de gravação (coisa mínima na ordem de US$ 60.000), só porque ele não havia feito um backup da sessão e havia danificado o original com processamento indevido.

Retomando, vamos falar sobre os princípios de mixagem mais utilizados. Aqui, vou apresentar algumas instruções simples de como mixar uma típica música POP. Eu utilizei estes passos em todos meus trabalhos e vejo eles sendo utilizados com sucesso em albuns, jingles, etc. Não há nada radical aqui, material objetivo e prático. Se você achar algo estranho, reclame com a indústria fonográfica - não para mim - porque estes princípios são bem comuns a todos os engenheiro de som do mainstream.

Não há absolutamente nenhuma afirmação aqui, que esta ou aquela é a maneira “certa” de mixar uma música - não existe tal coisa. Mas o que segue é uma descrição do que a maioria dos profissionais executa para mixar uma música, e embora isso não garanta que você obterá grandes resultados, pode ajudar-lhe pelo menos a evitar algumas armadilhas, e se você executar os procedimentos com altos padrões de qualidade, não há nenhuma razão para não conseguir resultados de padrões internacionais.

Muitas gravações que viraram sucessos foram gravados e produzidos em quartos e estúdios caseiros, e você não necessita de milhões de dólares para fazê-la.

Apenas um pouco de conhecimento, bom senso, e um bom par de ouvidos.

Parte 1: Ponto de Partida

Este artigo é escrito com a suposição que não é somente sobre uma mix que você estará fazendo, mas algo em que você irá utilizar o seu tempo, isto é, diversas horas com a intenção de obter resultados de nível internacional, não por acidente, mas de forma intencional. Acredito, que como eu, você tem mais ou menos 8 trilhas de áudio de bateria, uma ou mais trilhas de baixo, alguns teclados, guitarras, percussão, vocais e backings, e quem sabe uns efeitos muito loucos para serem usados em algum momento.

Adicionalmente, eu estou supondo que você tem um ambiente de mixagem devidamente controlado (quarto equiliabrado veja artigo sobre), um software de gravação que você domine e alguns efeitos como equalizadores, reverbs, compressores, de-essers e outros que sejam do seu gosto. Você não necessitará de todos, mas você necessitará quase certamente de alguns deles.

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